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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Uma planta rara

No fundo, não havia mais do que o desejo um tanto doentio de tomar consciência de si, a ambição de encontrar a si mesma, que tantas vezes se agita numa jovem de inteligência acima do comum. Mas o pior é que não havia no seu circulo de relações uma só pessoa que servisse de orientação para o seu talento, não se encontrava ninguém da sua natureza; de modo que ela se habituou a se considerar como algo estranho, inédito, uma espécie de planta tropical nascida sob céu inclemente, contrariada no seu crescimento, num ar mais ameno, sob um sol mais forte, ela teria podido lançar talos eretos com uma floração maravilhosamente rica e brilhante. Seria esse o seu verdadeiro caráter, pensava, se tivesse um ambiente propício, e mil vezes sonhava com a clara terra dos seus sonhos, e no anseio por seu rico e oculto eu interior ela se consumia e se esquecia – como é tão fácil esquecer - que os mais amáveis sonhos, as mais sérias aspirações ao florescimento não acrescentavam uma só polegada ao crescime

La petite mort

Hoje em minhas andanças pelas livrarias me deparei com uma capa bem interessante, após algumas folhadas decidi anotar o título para pesquisar preços - “La petite mort”. Eu que não saco nada de francês, me surpreendi com a tradução do Google, “the little death”. Poxa, o que tem isso a ver com sacanagem!? “A pequena morte” seria o momento do orgasmo, o clímax sexual, aquele momento que tanto nos interessa, pelo qual ansiamos quando nos relacionamos com alguém, que motivam todas as nossas ações (afinal, tudo o que a gente faz...) é, enfim, uma pequena morte. Segundo fontes não muito confiáveis, este eufemismo teria um fundo de verdade, pois reflete um estado emocional decorrente de um menor fluxo de sangue em partes do cérebro cuja função é controlar nosso comportamento. Mas por que pequena morte? Uma criança que leia francês folhando “La petite mort” entenderia perfeitamente o eufemismo, pensaria... “a moça esta sofrendo, meu deus” agora, para mim foi uma surpresa. Os romanos acreditavam

As coincidências precisam ter um fim.

Deixo-lhes esta passagem do filme "Asas do desejo" de Win Wenders, que conta a história de um anjo(Dammiel) que se apaixona por uma bailarina(Marion) e se torna humano para ir ao seu encontro. Esse filme me falou sobre as barreiras que existem tanto fisicamente(por ser filmado na Berlim dos anos 80) quando afetivamente entre nós e as pessoas que nos cercam e me fez pensar em como construímos mundos particulares, inacessíveis muitas vezes, cujo acesso só pode ser descoberto por um momento de decisão... por um salto no desconhecido. Fala de Marion... A coisa precisa ficar séria. Estive muito sozinha, mas nunca vivi sozinha. Quando eu estava com alguém, me sentia feliz... Mas, ao mesmo tempo, tudo parecia coincidência. Aquelas pessoas eram meus pais, mas poderiam ter sido outras. Por que esse rapaz de olhos castanhos é meu irmão E não aquele de olhos verdes, do outro lado da plataforma? A filha do taxista era minha amiga Mas eu poderia igualmente ter colocado o braço Em torno d