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Mostrando postagens de junho, 2013

O corpo dança.

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Foto de Anna Wloch - Café Muller #3         Não sei nada sobre Pina Bausch, mas quando vi o trailer do filme produzido pelo Wim Wenders com um casal interpretando uma coreografia dela fiquei bobo, fui fisgado. Desde então sentia uma vontadezinha bem tranquila, esgueirando pelos meus pensamentos e sempre que eu falava de filmes com meus amigos dizia: queria ver um filme do Wim Wenders sobre Pina Bausch... não sabia nem o nome.        Um belo dia, sentado no sofá de minha irmã, ligo a TV e dou de cara com ela. Liguei as informações pra confirmar e era ela mesmo! Não é estranho quando desejamos algo por muito tempo e de repente batermos com ela por acaso? Olhei cada cena com um prazer daqueles que sentimos com consciência, (coisa de gente velha que sabe que coisas boas assim são raras). Acompanhava as performances, os depoimentos e ia sentindo uma alegria, pois aqueles dançarinos estavam soltos e seus corpos participavam de uma liberdade silenciosa. Tal espontaneidade de movim

Meu amor pela fotografia

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Koen Wessing: Nicarágua, o exército patrulhando as ruas, 1979 No fundo - ou no limite - para ver bem uma foto mais vale erguer a cabeça ou fechar os olhos. "A condição prévia para a imagem é a visão", dizia Janouch a Kafka. E Kafka sorria e respondia: "Fotografam-se coisas para expulsá-las do espírito. Minhas histórias são uma maneira de fechar os olhos." A fotografia deve ser silenciosa( há fotos *tonitruantes, não gosto delas): não se trata de uma questão de "discrição", mas de música. A subjetividade absoluta só é atingida em um estado, um esforço de silêncio (fechar os olhos é fazer a imagem falar em silencio). A foto me toca se a retiro de seu blablabla costumeiro:"Técnica", "Realidade", "Reportagem", "Arte", etc.: nada dizer, fechar os olhos, deixar o detalhe remontar sozinho à consciência afetiva. Roland Barthes - A câmara clara. * Ruidoso como trovão Esse pequeno excerto fala um pouquinho da minha

Encontrando o anjo.

Como é bom voar e ver as casas pequenininhas... pensava eu enquanto passava placidamente por cima da cidade, então percebo que não consigo voar mais alto. Vendo que um prédio se aproximava, me esforço ao máximo para alcançar seu topo. Bem na beirinha do parapeito meu poder de voar desaparece e eu me agarro a borda de concreto com todas as forças, meu dedos começam a escorregar e eu não consigo respirar...aaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhaaaaaaaaaaaaaaaaa hui! (Eis que uma mão divina se estende e me pega pelo colarinho)  - Há! Hoje tu não vai acordar desse jeito não. A voz era de um timbre meio mole, meio parecido com um sotaque do norte, nordeste. Deitado ainda meio perdido, no meio do caminho entre dois mundos percebo que o ser que me puxou se parece com um bebum daqueles que cantam no videokê pé sujo que você normalmente atravessa a rua para não ver. Olhando melhor percebo que ele tem asas, mas suas penas são meio malhadas.. parecia uma galinha d´angola.  - Não aprendeu a voar ainda n

À dez passos do amor

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http://www.youtube.com/watch? v=nIOts0hHfTc Imagine um anjo (ou demônio) descendo do céu e te dizendo que tudo o que você vive e faz se repetirá pela eternidade, nos mínimos detalhes! Isso mesmo, até aquela segunda que você ficou a tarde inteira na fila do banco com um cara fedorento na sua frente e uma velha doida brigando com a caixa atrasando a fila, até o trânsito da Rebouças!? Sim... tudo se repetirá para sempre. Como você se sentiria com essa revelação? O que você faria? Iria se arrepender aos prantos ou cairia em riso regozijante? O que você faz agora é o que você quer fazer, ou é uma coisa meio "não sei", um plano que vai se concretizar num futuro distante, ou seja, vou fazer o que eu quero um dia, mas agora eu tenho que aguentar esta @#$%! Tenho um evangelho(uma boa nova!): a vontade não enxerga o tempo. Ela não percebe esse planinho de: Ah, um dia eu vou fazer o que eu quero. A vontade se adapta com a frustração e passamos rapidamente ao exercício da lam