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Mostrando postagens de agosto, 2013

O que é ética?

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Crianças vítimas de ataques do governo Sírio - Reuters "Ética não é a vida que simplesmente se submete à lei moral, mas a que aceita, irrevogavelmente e sem reservas, pôr-se em jogo nos seus gestos. Mesmo correndo o risco que, dessa maneira, venham a ser decididas, de uma vez por todas, a sua felicidade e a sua infelicidade." Profanações pg.61 O que é ética? O que nós queremos descobrir quando perguntamos isso? Queremos descobrir a maneira certa de agir ou o que fazer para ser feliz, pode ser. O que você pensa diante dessa pergunta? Resposta: Isso é coisa de aula de filosofia. Esta citação acima colocada é parte de um comentário de Agamben sobre um trecho de "O Idiota" de Dostoievski. No trecho em questão Nastasja Filippovna reúne alguns conhecidos em uma sala para decidir se aceita ou não casar com o jovem Ganja. Isso, é claro, não envolve apenas a pergunta "amo ou não amo fulano", mas como em toda historia cuidadosamente bordada por Dostoievs

As belas dormideiras

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“Parecia que a tentativa de deter um instante – por mais serenas que fossem as situações retratadas – e suspender o fluxo do tempo violava uma harmonia preexistente, a que o mundo reagiria por meio de um recolhimento, de um retraimento que retiraria da aparência das coisas toda a vivacidade.” O silêncio do mundo – Rodrigo Naves pg. 50 Nesta passagem, Rodrigo Naves comenta a fotografia de André Kertész, comparando as plantinhas dormideiras e seu comportamento peculiar à realidade que se fecha, tímida, ao olhar fotográfico. As dormideiras são aquelas plantinhas um pouco espinhentas e pequenas que vivem nos cantinhos dos jardins. Eu costumava passar a mão só para vê-las fecharem suas folhas, descobri que, ao mais leve movimento, elas se encolhiam. Pareciam crianças arteiras fechando o semblante depois de receberem um olhar de reprovação. O que é engraçado com as dormideiras acaba ficando problemático quando se trata de fotografar as pessoas, porque empunhar uma máquina fotográfic

13 de Agosto de 2013

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É isso ae... 29ª volta do ponteiro do relógio, mais um ciclo se encerrando e já sinto os ventos mudarem de direção. Parece que esse espírito vai ser o que vai ditar o tom de toda a minha vida - estou de passagem - isso me inspira uma gratidão e uma alegria que chega a me fazer cantar alto no carro voltando pra casa, ouvindo Rush depois de uma aula de forró. Hoje, nada de explicações. Quero me perguntar: o que eu queria de aniversário? Se pudesse pentelhar meu pai todos os dias sem parar para ganhar algo, o que seria? Seria o Nerf Strike Vulcan ae da foto: Meu.. isso nem passou pelos meus melhores sonhos de infância. Porra..seria legal estar no trabalho mó entediado, esperando o tempo passar e de repente.. chega um sedex com uma caixa. Ao abri-la, me deparo com o Nerf - seria como o Chuck Norris achando aquela metranca na floresta do Vietnã e invadindo a base inimiga, sairia atirando para todos os lados..áááááááá ou poderia ser a torta de morango da mama, todo desmanchado

Não consigo ver

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Foto: Bhavesh Patel - deficiente visual, fotografou ao "ouvir" os pássaros. Conheço as pessoas pelo tato. E se de alguma forma perco o contato com elas, sinto-me perdido. Quando entro em um ambiente desconhecido, com pessoas novas, sou como um cego no meio de uma avenida movimentada. Cada passo é assustador e inseguro, mas eu preciso arriscar, do contrário não conseguirei sair do lugar e esta posição é igualmente desconfortável. Tudo que eu tenho a mão, todos os sentidos que me restam estão atentos, mas em vão, porque tudo é tão veloz e dinâmico e tão visualmente estabelecido que minha alma fica atordoada – não consigo me conduzir fora de uma demarcação delimitada, tipo aquelas trilhas azuis do chão do metrô. Meu caminho é reto e solitário. De vez em quando alguém se compadece e me pega pela mão e conta como as coisas são. Consigo descansar, por um momento. As pessoas que encontro normalmente se assustam, pois é estranho, reconheço, uma pessoa te conhecer a