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Mostrando postagens de 2016

O que é o Amor?

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Imagem chupada do Google " Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes ." Marcos 12:30,31 Essa foi a resposta de Jesus quando questionado a respeito do maior mandamento. Escribas disputavam para colocar Jesus em contradição, descobrir alguma falha através de perguntas capciosas do tipo... você gosta do Lula? O que você pensa do Moro? Numa dessas, perguntaram qual era o maior mandamento. Eu acredito que amar não seja um mandamento, mas acho que Jesus respondeu assim para deixar acessível aos escribas o que ele acreditava ser importante. Em outras palavras, a lei não é mais relevante quando se ama. Jesus amou tanto os escribas e fariseus que se pôs em silêncio e deixou que o colocassem na cruz. Jesus, como todo bom amante, entendia aq

Meu café distopico

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Deus, o Pai  de  Cima da Conegliano , 1515  - Como você conseguiu frear o aquecimento global e controlar o desenvolvimento humano ao ponto de contemplarmos a natureza retornar aos seus antigos habitats? Como você salvou o planeta e a humanidade da 6ª extinção? Justo quando tudo parecia perdido...  - Sente-se, vou explicar. Quer um café?  - Sim, aceito.  - O cheiro do café me ajudar a refrescar as ideias. Começo lhe falando sobre o meu querido pais, o Brasil. Apenas um brasileiro poderia fazer o que fiz e o senhor já entenderá o porquê disso. - Continue, tem açúcar? - Aqui. Bom, no Brasil sempre tivemos uma dificuldade para entender a política e a esfera pública. Tudo me parecia uma grande carcaça burocrática, nada eficiente e totalmente infiltrada por demandas de grupos que não contemplavam a população. A política sem ideais e valores era apenas escombros aguardando a destruição. O que propus à época foi reunir um grupo de programadores, coisa que temos da melhor qualid

O valor de nossas ausências

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Uma nebulosa planetária, objeto formado na fase final da vida de uma estrela do tipo do Sol. (retirado do site www.astro.iag.usp.br) As vezes, pensamos em torno de ausências. O que diferencia um sol e um buraco negro? Ambos possuem uma força gravitacional imensa. Poderia dizer que o sol irradia energia e que um buraco negro a suga, para resumir de uma forma leiga. Tudo me parece ser uma discussão em torno de massas e de como essas grandes massas evoluem e interagem. Uma estrela colapsa e, dependendo de sua massa, pode se tornar uma supernova ou um buraco negro. Sempre aprendi que uma estrela converte massa em energia pela fusão nuclear e que este "consumo" possui um limite além do qual a estrela colapsa, ocasionando a "morte" da estrela. É uma morte linda, diga-se de passagem. A estrela se expande dramaticamente, no caso do nosso querido Sol ele se tornará um gigante vermelho cujo raio alcançará a Terra. Parece que a estrela busca mais massa, algo em sua e

Cozinhar é a mais velha religião de todos os tempos

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Certas coisas me tocam e me fazem chorar sempre. É engraçado, mas não sei por que eu choro assistindo a série "Cooked". Chorei no primeiro episódio, coisa que me fez ficar sem graça e assistir os outros sozinho. Talvez eu só chore quando assista coisas sozinho. Fico ali absorvido, acompanhando os personagens, suas vidas e dramas, o que acaba me envolvendo também. Agora, por que diabos uma série de culinária me faria emocionar às lágrimas? Utilizando os quatro elementos (fogo, água, ar e terra) como temas centrais, o autor procura explicar as origens da arte culinária em seus diversos matizes culturais. O ponto aqui não é explicar como as diferentes culturas cozinham coisas gostosas, tipo...nossa! como os italianos descobriram a lasanha? A pegada da série fica muito clara no primeiro episódio quando Michel Pollan reúne amigos para saborear um porco assado na brasa que ele prepara durante a exibição do episódio. Junto com imagens captadas no meio de uma tribo aborígene na

Das alegrias de ler o jornal pela manhã

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Image by  Blog do Mílton Jung Li dois artigos na Folha e gostaria de colocar aqui alguns apontamentos, pois é proibido argumentar nos comentários. Aliás, fique a vontade para argumentar em baixo do meu texto, aceito comentários com argumentos. Adoraria ter lido estes artigos no banco da praça em Guaratinguetá, mas deixo pra próxima. O primeiro texto é o do Mangabeira Unger. Ele diz que a ascensão dos evangélicos na política é positiva, contrariando aqueles que dizem que o Estado deva ser laico. Eu concordo com o Mangabeira quando diz: "Como pode não ser boa se são mais de 40 milhões de brasileiros? Como se pode imaginar vida política no país sem a sua participação? É uma distorção da ideia republicana imaginar que as pessoas não possam legitimamente inspirar as suas convicções políticas em convicções religiosas." Ser um Estado laico não significa que o corpo político deva ser composto e inspirado por ideais anódinos, mas pela pluraridade. Se achamos um absurdo que

Labirinto - entrada franca

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Labirinto de Reignac-Sur-Indre Como seria adentrar um vasto labirinto e saber que dentro dele estaremos sempre perdidos? Que não existirão deduções ou sinais, apenas dúvidas e o avançar receoso por um caminho que não conhecemos, até que a saída se apresente como que por acaso. O labirinto clássico (cretense) era um conjunto de semi-círculos organizados de forma que aquele que o adentrasse precisasse mudar sua direção sete vezes antes de alcançar seu centro. Essa arquitetura pode ter várias origens, uma delas indica que este é o caminho percorrido no céu por astros como Vênus, ou o Sol. Outros dizem que suas voltas se assemelham ao desenho de nossa entranhas, apontam também o útero como sendo uma origem possível, relacionando o mistério do labirinto com o mistério da reprodução da vida. As numerosas inversões de direção indicam que todas experiências possuem uma dualidade e que as vivemos através de um avançar serpenteante, cujo destino o perdido ignora. Ao humano, resta ape

Três dias e três noites no metrô

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Google imagens Vejo uma garota girando uma mecha de cabelo Olhando, absorta, o horizonte aberto pela janela do metrô Usando o dedo indicador como uma agulha de tricô Ela perpassa o feixe de cabelos Girando e puxando com uma frequência Cujo número encerra todo o mistério da vida Ao fim, posiciona um nó de cabelo Bem na ponta de sua mecha Satisfeita, agora ela aperta esta pequena bola de cabelo Entre o indicador e o polegar Sentido a tensão dos fios entrelaçados Em três apertadas Um.. Dois.. Três. Desfaz o nó e volta a dançar com sua mão esquerda Sem perder o horizonte de vista. As vezes me sinto como essa mecha de cabelo nas mãos de Deus. Talvez, meu coração bata em uma frequência determinada entre seu indicador e o polegar. Quando me posiciono na passarela do metrô, sinto ele se aproximar pelos ruídos dos trilhos. Olho os prédios ao redor e percebo várias pessoas se aproximando. O metrô freia e vai parando lentamente até a porta se abrir em minha frente. Aqui

Face a Face

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Google imagens..rs Ando de metrô todos os dias e arrisco dizer que passo mais tempo no metrô do que em casa. Um dia sentei ao lado de uma moça que escrevia no whatsapp e me espantei com a rapidez com que ela escrevia usando seu polegar, era algo intenso e sua respiração estava embargada, seus olhos marejavam. Ela ficou ali escrevendo, anônima, da Madalena à Ana Rosa. A porta então se abriu e ela saiu caminhando um pouco perdida, com passos entrecortados, voltando ao mundo real. Comecei a pensar em como usamos vários aplicativos para conversar e de como essa digitação está penetrando em nosso coração. Como esperamos pela confirmação da mensagem, das alegrias que sentimos quando vemos um "typing..." do outro lado do chat. Podemos mudar nossas fotos, colocar aquelas em que estávamos na melhor forma, com um sorriso espontâneo. Pinçamos momentos felizes, linkamos palavras sábias e rebocamos impecavelmente nossas fachadas virtuais para receber visitantes, seduzir, conver

Recordações da minha casa dos mortos

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Ilustração de Goeldi para a obra Recordações da Casa dos Mortos Vou lhes contar histórias que encontrei em letras miúdas da minha memória. Pensei nisso enquanto lia o Recordações da Casa dos Mortos ontem a noite, achei muito legal aquela ideia de se interessar por um estranho e tentar conhecê-lo, sendo que, mesmo depois de sua morte algo pode permanecer... o narrador encontra trezentas páginas com experiências do cárcere siberiano. Ali estava seu autor vivo novamente em sua história.  Lendo a obra percebo as peculiaridades do dia a dia dos presos e de como eles se organizam para sobreviver. A cada detalhe percebo uma experiência que reverbera por minhas próprias experiências de cárcere e de quantas vezes estive ali contando paliçadas para organizar o tempo, totalmente alheio ao que deveria fazer de minha vida. Nunca fui preso, oficialmente, mas quando olho paredes geralmente as esmurro de leve e ouço os ecos do impacto. Estar preso é vivenciar a ausência de uma ilusão - de q

Um Tango Entre a Vida e a Morte

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  “Normalmente a solidão vem de uma desconexão com partes de nós mesmos. Nós tentamos procurar essas partes em outras pessoas, mas existe uma diferença entre se sentir separado das outras pessoas e sentir-se separado de si mesmo.”   A escritora Diane Ackerman trabalhou em uma rede de atendimento para pessoas que estão passando por um desespero muito agudo, uma espécie de “call center para suicidas” e dessa experiência ela escreveu este livro do qual eu apenas acessei algumas citações no site Brain Pickings, gostei e decidi compartilhar. Alguns amigos de curso queriam debater o suicídio, já que este assunto é um pouco inevitável quando se trabalha com a psique humana. Por isso coloco este post para vocês meus queridos, vamos falar sobre o suicídio. “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio” Camus Entendo que Camus colocou o suicídio como problema dos problemas considerando um momento histórico que tenta se pautar por uma legitimidade racion

Sai pra lá, eu não sou um indivíduo

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Monty Python's Life of Brian " Espera-se que encontremos uma forma de escapar aos embaraços dolorosos da modernidade - como indivíduos corajosos, audazes, autossuficientes, conscientes e capazes de correr todo tipo de risco. Quem se importa com o fato de você ter nos advertido tantas vezes de que não há soluções locais para problemas produzidos globalmente, e que os indivíduos não podem agir como uma resposta viável e suficiente a desafios sociais e políticos que se tornaram parte de nossas vidas por acidente e capricho da história, e não por escolha consciente?" Leonidas Donskis - Cegueira Moral Esse desabafo acima citado reverberou fundo pelos cantos de minha alma, justamente porque coloca uma questão que até agora não tinha ficado claro o suficiente para mim: como dar conta sozinho de uma questão coletiva - social - histórica? Isso tem me incomodado enormemente pois percebo uma certa cultura de aprimoramento individual, uma visão de que o sucesso é uma quest

Quem estamos esperando?

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Pintura retirada do google imagens Há em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, um tanque que, em aramaico, é chamado Betesda, tendo cinco entradas em volta. João 5:2 Assim começa o relato do paralítico que vivia ao lado do tanque de Betesda e por lá ficou 38 anos aguardando por um milagre que restauraria seus movimentos e sua liberdade. Uma condição para que este milagre acontecesse era que o enfermo deveria ser o primeiro a entrar no tanque depois do agitar das águas provocado por um anjo. O enfermo precisava contar com duas coisas: o anjo e um amigo. Imagino que não havia uma fila, pois este homem estava lá fazia 38 anos. Penso em quantas pessoas tentaram ajudá-lo durante esse tempo, quantas vezes ele não dormiu tentando ser o primeiro a ver o movimento das águas ou das incontáveis vezes que ele mergulhou na esperança de ser o primeiro, tipo, vai que um anjo passou aqui e ninguém viu. Ele deve ter gasto o dinheiro que lhe restava pagando pessoas para jogá-lo no tanque e