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Mostrando postagens de janeiro, 2014

O amor pelo ralo

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Foto de um jornal chamado Paraonline, e mostra um pouco do que eu via todos os dias em minhas andanças pela Marginal. O amor é o imponderável, certo? É o brilho do nariz, aquele relâmpago que corta nossas vidas medíocres, que despedaça árvores e incendeia as florestas incautas de nossas frustrações. Amar é tocar(o foda-se) uma transcendência, é fazer sem saber por que... uau! As vezes eu não entendo por que precisamos fugir assim, tão desesperadamente, do planejado e do rotineiro. Por que todo romance tem que ser único? Uma fagulha transcendental que tira nosso fôlego, e nos arrebata a uma experiência sensibilississimamente power e diferente de tudo que já vimos... Quando eu vejo textos e filmes que tentam repetir esse mantra eu me lembro do rio Tietê. Eu sempre me perguntei porque ele precisa ser tão poluído, tão fedido, horrível e, talvez, pudesse responder essa pergunta com outras respostas manjadas, tipo: o Tietê é poluído porque não temos estações de tratamento do esgoto

Três perspectivas de um único sonhador

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Uma estátua de Hecate que fotografei por ocasião do enterro de meu avô Meu lindo bebê Está possuído por um demônio Sei disso quando adentro uma casa branca Com janelas enormes, translucidas Existem muitas portas Me forço a avançar Liberando uma porta emperrada Encontro um berço isolado Observo meu bebê Pergunto: onde estão os outros? Ele ri, gargalhando Eu passo a mão em suas costas Fazendo-o adormecer A essa altura, todos devem estar mortos Em outro quarto Encontro minha família empilhada sobre a cama Todas estavam apenas de calcinha "Estamos chocando uvas" --------         ---------       --------- Em um velho quarto de pousada Encontro uma garota de vestido Ela senta ao meu lado Tão próxima Que sinto a renda sob suas palavras Vamos fechar as janelas Calar a tempestade Afundar sob os cobertores Enquanto o mundo acaba Lá fora Estamos submersos, enleados Observo a superfície ondulante Com milhares de prismas Enquanto faço ciranda

À F, com amor.

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Uma gravura de minha adorada Circe - chupada do Google imagens.    Acredito que as pessoas pensem muito melhor quando estão com ódio. Isso porque flui pelas veias uma energia aguda, penetrante, que polariza as fugidias palavras diante de um alvo claro e presente. A presença ou a figura ultrajante mobilizam com facilidade nossa capacidade argumentativa, recolhemos as memórias como peças de artilharia, quase com um sorriso nos lábios... ai é só apontar e falar. Silenciosamente as palavras fluem, saem como flechas... fraturando, perfurando, arremessando nervos e ligamentos. Um espetáculo! Sei que para o primeiro post de 2014 o tema não é leve, possui uma certa picância. Amar é odiar - com gosto -  por isso vou lhes dizer algumas coisas que ando recolhendo nas minhas últimas leituras sobre o gênero feminino, dedico-os a uma adorada crônida com a qual tive o prazer de definhar alguns meses. Esta é uma manifestação tardia, eu sei, mas e daí? Será um tiro longo... vamos ver se con