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Mostrando postagens de 2011

Uma planta rara

No fundo, não havia mais do que o desejo um tanto doentio de tomar consciência de si, a ambição de encontrar a si mesma, que tantas vezes se agita numa jovem de inteligência acima do comum. Mas o pior é que não havia no seu circulo de relações uma só pessoa que servisse de orientação para o seu talento, não se encontrava ninguém da sua natureza; de modo que ela se habituou a se considerar como algo estranho, inédito, uma espécie de planta tropical nascida sob céu inclemente, contrariada no seu crescimento, num ar mais ameno, sob um sol mais forte, ela teria podido lançar talos eretos com uma floração maravilhosamente rica e brilhante. Seria esse o seu verdadeiro caráter, pensava, se tivesse um ambiente propício, e mil vezes sonhava com a clara terra dos seus sonhos, e no anseio por seu rico e oculto eu interior ela se consumia e se esquecia – como é tão fácil esquecer - que os mais amáveis sonhos, as mais sérias aspirações ao florescimento não acrescentavam uma só polegada ao crescime

La petite mort

Hoje em minhas andanças pelas livrarias me deparei com uma capa bem interessante, após algumas folhadas decidi anotar o título para pesquisar preços - “La petite mort”. Eu que não saco nada de francês, me surpreendi com a tradução do Google, “the little death”. Poxa, o que tem isso a ver com sacanagem!? “A pequena morte” seria o momento do orgasmo, o clímax sexual, aquele momento que tanto nos interessa, pelo qual ansiamos quando nos relacionamos com alguém, que motivam todas as nossas ações (afinal, tudo o que a gente faz...) é, enfim, uma pequena morte. Segundo fontes não muito confiáveis, este eufemismo teria um fundo de verdade, pois reflete um estado emocional decorrente de um menor fluxo de sangue em partes do cérebro cuja função é controlar nosso comportamento. Mas por que pequena morte? Uma criança que leia francês folhando “La petite mort” entenderia perfeitamente o eufemismo, pensaria... “a moça esta sofrendo, meu deus” agora, para mim foi uma surpresa. Os romanos acreditavam

As coincidências precisam ter um fim.

Deixo-lhes esta passagem do filme "Asas do desejo" de Win Wenders, que conta a história de um anjo(Dammiel) que se apaixona por uma bailarina(Marion) e se torna humano para ir ao seu encontro. Esse filme me falou sobre as barreiras que existem tanto fisicamente(por ser filmado na Berlim dos anos 80) quando afetivamente entre nós e as pessoas que nos cercam e me fez pensar em como construímos mundos particulares, inacessíveis muitas vezes, cujo acesso só pode ser descoberto por um momento de decisão... por um salto no desconhecido. Fala de Marion... A coisa precisa ficar séria. Estive muito sozinha, mas nunca vivi sozinha. Quando eu estava com alguém, me sentia feliz... Mas, ao mesmo tempo, tudo parecia coincidência. Aquelas pessoas eram meus pais, mas poderiam ter sido outras. Por que esse rapaz de olhos castanhos é meu irmão E não aquele de olhos verdes, do outro lado da plataforma? A filha do taxista era minha amiga Mas eu poderia igualmente ter colocado o braço Em torno d

Ser o que se é

Nunca mais fui o mesmo depois de sentir a tempestade chegar E ouvir as arvores acompanharem o vento e suas vagas Em uma dança turbulenta Nunca mais fui o mesmo depois de chegar na escola E brincar com tantos amigos Correndo até ninguém mais me alcançar Nunca mais fui o mesmo depois de abrir a janela em uma noite chuvosa E olhar as poças de água no meio da rua Respirando fundo o cheiro fresco do aconchego Nunca mais fui o mesmo depois de jogar futebol na chuva E correr atrás da bola até ser derrubado Voltando pra casa todo cheio de barro Nunca mais fui o mesmo depois do primeiro beijo E fechar os olhos Sentindo o coração estremecer por ser amado Nunca mais fui o mesmo depois de me perguntar pra que a vida E limpar a culpa amarga Enfrentando tudo que acreditava Assim ando, não consigo parar de ouvir Tudo que você vem me dizendo Vou me lembrando do que sou E já sinto saudades do que ainda não me tornei

Canto XV - Sonetos para amar o amor

Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana e bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prêmio pretendia. Os dias na esperança de um só dia Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe deu a Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Assim lhe era negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, Começou a servir mais sete anos, Dizendo: "Mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta vida". Este soneto de Camões é um deleite para aqueles que sentem a vida passar vagarosamente, esperando a pessoa amada. Aos "trancos e barrancos", enganando e sendo enganado... o importante é reconhecer, assim como Jacó, o que realmente importa nessa vida.

Para meu rouxinol esfomeado

TENHO fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo, e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado, não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra, busco o som líquido de teus pés no dia. Estou faminto de teu riso resvalado, de tuas mãos cor de furioso celeiro, tenho fome da pálida pedra de tuas unhas, quero comer tua pele como uma intacta amêndoa. Quero comer o raio queimado em tua beleza, o nariz soberano do arrogante rosto, quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo buscando-te, buscando teu coração ardente como um puma na solidão de Quitratúe. Pablo Neruda

O amor é truculência.

Depois de cunhar a expressão “vegetariano não praticante” comecei a refletir sobre o vegetarianismo(é assim que se escreve?), pensando nas críticas ao manejo de animais para o abate e no nosso distanciamento, enquanto consumidores, dos seres que participam de nossa dieta. Eu acredito que nosso distanciamento do momento do sacrifício nos coloca em uma posição artificial frente a nossas necessidades mais básicas, comprometendo nossa relação com os animais que consumimos e com a vida que deles tiramos. Nossa aversão ao sacrifício, à morte, ao sangue, se relaciona ao fato de não nos interessarmos pelos bois que pastam tranquilamente em alguma fazenda perdida no interior do país, ou mesmo aqueles bezerros que passam todo o tempo em cativeiro apenas engordando para produzirem bifes mais macios e suculentos. Quando a morte deixa nosso horizonte, a maneira como valorizamos e sentimos nossas vidas se amortece, vigorando uma espécie de astenia moral que repudia os meios, acolhendo os fins. Alcan

A namorada

Havia um muro alto entre nossas casas. Difícil de mandar recado pra ela. Não havia e-mail.O pai era uma onça. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão e pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava por entre os galhos da goiabeira. E então era agonia. No tempo do onça era assim. Manoel de Barros

Ao me dar Você, deu-me Eu

Quando o Le Traître foi por fim publicado, tornei-me consciente de novo do que eu lhe devia: você deu tudo de si para me ajudar a me tornar eu mesmo. A dedicatória que escrevi no seu exemplar diz: “A você, Kay, que, ao me dar Você, deu-me Eu”. Carta a D. - André Gorz O universo conhecido tem um amante completo e que é o maior dos poetas. Ele absorve uma paixão eterna e é indiferente a que acaso vem a ocorrer e que possível contingência de ventura ou desventura e persuade dia a dia hora a hora seu delicioso pagamento. O que perturba e choca os outros é o combustível para seu progresso ardente rumo ao contato e à felicidade amorosa. Outras proporções da recepção de prazer ficam menores diante das suas. Tudo que vem dos céus ou das alturas está conectado nele através da visão do amanhecer ou de uma cena dos bosques de inverno ou da presença de crianças brincando ou de seu braço em volta do pescoço de um homem ou de uma mulher. Acima de tudo seu amor tem lazer e expansão.... ele deixa espa

Amabilíssimo - Caco Galhardo

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O famoso Tan Hong Ming

E aí o vídeo fez o maior sucesso. Todo mundo se identifica com criancinhas falando de amor porque todo mundo é criança quando está apaixonado. Ao longo da vida, continuam os mesmos o mistério da erupção do sentimento por alguém (que a gente tenta explicar "ah, porque ela usa rabo de cavalo e brinco") e o segredo - no fundo, é segredo mesmo o motivo que nos ata a alguém e faz com que tudo além do jantar romântico que eu desejo perca a importância. O cerne da paixão é insondável, é um ponto cego em terras irracionais. Nos vemos, de repente, tomados por uma loucura que nos faz ridículos! Não é que eu fiquei louco, mas uma loucura me tomou e, agora, sou seu escravo. Descobrir que o outro está louco também (por mim!) é a maravilha horrorosa desse mistério. Estamos num mesmo barco, frágil barco, conduzido por ondas indecifráveis. Até quando? Para onde? E, quando o outro ameaça ir embora, ou, de fato, vai embora, o desespero é equivalente ao de um bebê que, na ausência do primeiro a

O Mapa da Ternura

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Este mapa foi criado pela escritora Madeleine de Scudéry, no séulo XVII, em seu romance Clélia. E fornecida por nosso ilustre seguidor Santiago.

DEFINIÇÃO DO AMOR ROMANCE

Mandai-me, Senhores, hoje, que em breves rasgos descreva do Amor a ilustre prosápia, e de Cupido as proezas. Dizem que da clara escuma, dizem que do mar nascera, que pegam debaixo d’água as armas, que Amor carrega. Outros, que fora ferreiro seu pai, onde Vênus bela serviu de bigorna, em que malhava com grã destreza. Que a dois assopros lhe fez o fole inchar de maneira, que nele o fogo acendia, nela aguava a ferramenta. Nada disto é, nem se ignora, que o Amor é fogo, e bem era tivesse por berço as chamas se é raio nas aparências. Este se chama Monarca, ou Semideus se nomeia, cujo céu são esperanças, cujo inferno são ausências. Um Rei, que mares domina, Um Rei, o mundo sopeia, sem mais tesouro que um arco, sem mais arma que uma seta. O arco talvez de pipa, a seta talvez de esteira, despido como um maroto, cego como uma toupeira. Um maltrapilho, um ninguém, que anda hoje nestas eras com o cu à mostra, jogando com todos a cabra-cega. Tapando os olhos da cara, por deixar o outro alerta, por

Três variantes sobre um tema eterno

Inscrição o poeta inscreve no cristal vivo dos teus olhos a breve palavra amor o vento vem e apaga (11-10-93) Amor em tempos de crise para José Paulo Paes o amor eterno - aquele que durava a vida inteira e ainda pedia mais tempo para amar - foi despedido ! (20-03-99) Pedaços pedaços de ti ficaram brilhando em meus olhos (24-01-92) Roberto de Oliveira Brandão (in:Revista de Literatura Brasileira Teresa, nº 1, 1º semestre de 2000)

Pois é

"Casar-se significa abdicar de metade dos direitos e duplicar os deveres. Casar-se significa fazer o possível para sentir repugnância um do outro. Casamentos felizes são notoriamente raros." - Arthur Schopenhauer, em a Arte de Insultar Dado que um encontro amoroso verdadeiro é raro, os casamentos deveriam ser raros também, mas, ao contrário, abundam. O que acontece, na maior parte das vezes, é que os amantes enclausuram-se num monólogo de fantasias. O outro é apenas suporte da fantasia, que é o que verdadeiramente amamos. E, como suporte, precisa estar aprisionado para garantir a perpetuação da ilusão. Se fugir, cairei em desengano, perderei o sonho em torno do qual havia organizado a minha vida e ficarei vazio, com toda a dor que isso implica. Na medida em que o outro se revela desencaixado de nosso ideal, vale dizer, como um suporte pouco eficiente, nos frustramos, cobramos insistentemente: "você não me corresponde!", "no começo não era assim!", infinita

Olhos nos olhos

Todos já devem ter ouvido falar em “amor a primeira vista” e que os “olhos são a janela da alma”, mas não conseguimos perceber, logo de cara, uma relação entre estes dois ditados. Isso porque remetem a conceitos antigos de como nos formamos e de como nos relacionamos com o mundo, conceitos estes muito avessos a nossa atual maneira de dizer a realidade e talvez por isso expressem melhor o que temos em nossos corações. “Mas quando perde as suas asas, decai através dos espaços infinitos até se consorciar a um sólido qualquer, e ai estabelece seu pouso.” Fédro Para Platão a alma é imortal e no seu início compartilhava junto aos deuses da contemplação da Idéia Eterna. Nossa alma é definida no diálogo Fédro como um carro levado por dois cavalos alados, um perfeito, belo, dócil, e outro feio, torto e desobediente. Quando nos dirigimos para a contemplação da Ideia Eterna somos interrompidos pela dificuldade de guiar, instaurando-se uma batalha entre cocheiro e cavalo imperfeito para retoma

Sobre a imprevisibilidade

Do Desejo (Hilda Hilst) Que és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada. III Colada à tua boca a minha desordem. O meu vasto querer. O incompossível se fazendo ordem. Colada à tua boca, mas descomedida Árdua Construtor de ilusões examino-te sôfrega Como se fosses morrer colado à minha boca. Como se fosse nascer E tu fosse o dia magnânimo Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. *** Porque... o amor é momento de conversão. É chamado inegociável para uma caminhada à beira do abismo. No escuro repentino: galáxias. O horror de uma primavera brotada na carne. O universo absolutamente transformado, o sublime implacável arrombando a razão, rumo inquestionável se impondo, amoral, para não sei onde. O mistério desvirginando o mundo e a tragédia do irrealizável. *** No dia 17 de setembro, fui à palestra do psicanalista Plínio W. Prado Jr. sobre A Condição Amorosa Hoje. Com base, principalmente, em Freud e em Barthes (deste último, Fragmentos de um Discurso Amoroso ), Plíni

Amor Wabi Sabi

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Sem título

Quando morremos Começamos a sangrar E os traços com que a vida nos rabisca Perdem a forma Revelando a tinta Por trás de nossa alma Assim o fim nos redime Uma vida inteira de ilusões Nos permite sentir o que existe No vazio de nossas verdades

Relaxa que Wabi Sabi.

Para aqueles que anseiam pela participação de nossa ilustre geminiana, Pati manda dizer: Relaxem... que Wabi Sabi. Para não cansar nossos ilustres visitantes, deixo-lhes uma citação. “A volúpia corporal é uma vivência dos sentidos, não difere do simples olhar ou da pura sensação de água na boca causada por uma fruta; ela é uma grande experiência, infinita, que nos é dada, um saber do mundo, a plenitude e o brilho de todo o saber. Não é ruim o fato de a aceitarmos; ruim é o fato de que quase todos abusam dessa experiência e a desperdiçam, usando-a como estímulos nos momentos cansados de sua vida, como uma distração, em vez de uma concentração para alcançar pontos mais altos. Os homens converteram até mesmo o ato de comer em uma outra coisa: carência por um lado e excesso por outro obscurecem a clareza dessa necessidade; e igualmente obscurecidas se tornam todas as necessidades profundas e simples nas quais a vida se renova. Mas o indivíduo pode esclarecê-las para si mesmo e viver claram

O que é o amor?

Essa é uma pergunta difícil de responder, isso se existir uma resposta. Mas não devemos deixar essa vertigem estancar nossa gostosa reflexão, vamos tentar prosseguir admirando a paisagem, ainda que nosso destino não seja tão amigável e que as respostas sejam escassas, penso que este exercício nos permitirá um contato mais prazeroso com este misterioso deus, o Amor. Anteriormente, procurei aproximar o que acredito ser o amor de nossos sentimentos mais íntimos e desconhecidos porque acreditava que o amor se manifestava através da revelação do que foi anteriormente suprimido pela ordem vigente. Recordando a batalha dos titãs na mitologia grega, pensava o amor como o retorno à superfície destes sentimentos que relegamos ao abismo no momento em que a ordem se instituiu. Quando Zeus ganhou a batalha ele prendeu os titãs no mais profundo abismo, ou seja, ao final da batalha não existe a destruição do inimigo, mas apenas uma realocação, o universo continua abrigando em seu interior elementos

Encontros e desencontros

Quando nos lembramos dos momentos em que encontramos “aquela pessoa” que nos fez suspirar, ofegar, podemos sentir nosso coração bater um pouco mais forte, pego de surpresa por nossas lembranças. Destas mesmas lembranças retiro certa cena, em que o amor parece bater a nossa porta de maneira divinamente inexplicável, entra sem pedir e quando começamos a nos divertir ele se despede, assim, sem mais nem menos. Lá pra 1995, estava um amigo meu na 5ª série. Ele gostava de uma menina que, pra variar, era a mais bonita da sala (momento bem “anos incríveis”), loira, de olhos claros, pele sedosa; só conseguia pensar em um jeito de puxar assunto, pois, apesar de ser um garoto extrovertido, nesses momentos perdia todo jogo de cintura. Decidiu, depois de alguns planos malogrados, que a melhor maneira de se aproximar era sentando perto dela. Com o passar do tempo se tornaram amigos e o que aconteceu foi que ele recebeu o categórico “não” e no momento da fossa, aquela viagem de excursão em que ele fo

Pelas Tabelas.

Para nos apresentar e dizer a razão deste singelo blog, digo que escrever sobre o amor e expressar através de palavras esses turbilhões que nos arrastam seria uma maneira de nos aliviar desse fardo que nos consome, pois percebemos depois de muitos bate-papos pelos corredores da FFLCH que falar sobre o amor era uma coisa que nos fazia bem. Em nossas conversas percebemos que este era um tema sobre o qual poucos filósofos debruçaram, o que despertou nossa curiosidade, nos impulsionando a leituras e perspectivas diferentes do que estamos acostumados em nosso departamento. Eu e minha doce amiga queremos que nossas experiências amorosas deixem de ser apenas intensas lembranças cercadas de pensamentos e dúvidas para dialogar e colocar em primeiro plano uma experiência que nos consome, mas que não conseguimos compreender. Por isso gostamos do nome Wabi-Sabi, porque sentimos que essa estética oriental se aproxima de nossas conversas por abarcar a idéia da impermanência, o que nos parece int

Sentido

Este blog nasce de conversas nos corredores da Filosofia e da Letras da Universidade de São Paulo, literal e metaforicamente. Eu e o Paulo nos encontramos na coincidência de tentar desabstrair a filosofia e torná-la um modo de vida - um modo de habitar o mundo que casa Filosofia e Poesia, Poesia que pode ser entendida como o mistério da própria vida, dando-se em espantosa brutalidade. Partimos da Filosofia Ocidental, mas o rumo tem enveredado cada vez mais para o Oriente, para o Zen e sua paradoxal simplicidade. "Wabi Sabi" brota desse horizonte. "Amor" porque não há nada que atormente mais uma pessoa do que amar. A constatação do amor espanta e atormenta e, portanto, instiga o pensamento. E é esse pensamento, sensível, pois encharcado de Eros, que se desdobrará aqui. Maquiavel e sua leitura de Roma com o intuito de reformar Florença foram o estopim da reflexão - cujas raízes se estendem por Mestre Eckhart, Nietzsche, Platão etc e se misturam à nossa vida. O blog qu