Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2016

Cozinhar é a mais velha religião de todos os tempos

Imagem
Certas coisas me tocam e me fazem chorar sempre. É engraçado, mas não sei por que eu choro assistindo a série "Cooked". Chorei no primeiro episódio, coisa que me fez ficar sem graça e assistir os outros sozinho. Talvez eu só chore quando assista coisas sozinho. Fico ali absorvido, acompanhando os personagens, suas vidas e dramas, o que acaba me envolvendo também. Agora, por que diabos uma série de culinária me faria emocionar às lágrimas? Utilizando os quatro elementos (fogo, água, ar e terra) como temas centrais, o autor procura explicar as origens da arte culinária em seus diversos matizes culturais. O ponto aqui não é explicar como as diferentes culturas cozinham coisas gostosas, tipo...nossa! como os italianos descobriram a lasanha? A pegada da série fica muito clara no primeiro episódio quando Michel Pollan reúne amigos para saborear um porco assado na brasa que ele prepara durante a exibição do episódio. Junto com imagens captadas no meio de uma tribo aborígene na

Das alegrias de ler o jornal pela manhã

Imagem
Image by  Blog do Mílton Jung Li dois artigos na Folha e gostaria de colocar aqui alguns apontamentos, pois é proibido argumentar nos comentários. Aliás, fique a vontade para argumentar em baixo do meu texto, aceito comentários com argumentos. Adoraria ter lido estes artigos no banco da praça em Guaratinguetá, mas deixo pra próxima. O primeiro texto é o do Mangabeira Unger. Ele diz que a ascensão dos evangélicos na política é positiva, contrariando aqueles que dizem que o Estado deva ser laico. Eu concordo com o Mangabeira quando diz: "Como pode não ser boa se são mais de 40 milhões de brasileiros? Como se pode imaginar vida política no país sem a sua participação? É uma distorção da ideia republicana imaginar que as pessoas não possam legitimamente inspirar as suas convicções políticas em convicções religiosas." Ser um Estado laico não significa que o corpo político deva ser composto e inspirado por ideais anódinos, mas pela pluraridade. Se achamos um absurdo que

Labirinto - entrada franca

Imagem
Labirinto de Reignac-Sur-Indre Como seria adentrar um vasto labirinto e saber que dentro dele estaremos sempre perdidos? Que não existirão deduções ou sinais, apenas dúvidas e o avançar receoso por um caminho que não conhecemos, até que a saída se apresente como que por acaso. O labirinto clássico (cretense) era um conjunto de semi-círculos organizados de forma que aquele que o adentrasse precisasse mudar sua direção sete vezes antes de alcançar seu centro. Essa arquitetura pode ter várias origens, uma delas indica que este é o caminho percorrido no céu por astros como Vênus, ou o Sol. Outros dizem que suas voltas se assemelham ao desenho de nossa entranhas, apontam também o útero como sendo uma origem possível, relacionando o mistério do labirinto com o mistério da reprodução da vida. As numerosas inversões de direção indicam que todas experiências possuem uma dualidade e que as vivemos através de um avançar serpenteante, cujo destino o perdido ignora. Ao humano, resta ape