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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Podemos escolher odiar? Carta ao "homem de bem"

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O que nos torna homens de bem? O que nos torna diferente dos bandidos? Será que um bandido é uma pessoa que, entre fazer o bem ou mal, optou pelo mau caminho? Seria a vida um grande jardim do Éden no qual somos testados e classificados em bons ou maus? Depois viria o que? O céu de um condomínio fechado com duas vagas na garagem para os bons e um presídio para os maus? Essas perguntas delineiam um pouco do imaginário que tenho visto em vídeos pela minha time line comentando a atual crise prisional. Videos do Major Olímpio revelam bandidos fazendo atrocidades com "cidadãos de bem", questionando o que deveríamos fazer com essas pessoas, implícito está a mensagem... "matar, matar, matar". Sentimos raiva vendo uma pessoa parar uma moto e sequestrar um pai de família deixando seu filho correr sozinho em socorro do pai, ou um motoqueiro jogar uma mulher com o filho no colo ao chão, e rapidamente se desfiam milhares de comentários aplaudindo a violência policial, afinal

Van Gogh encontra sua posteridade

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Numa bela noite de verão, um casal testemunha um homem cambalear pelas ruas sem saber onde está. Este homem deixa um rastro de sujeira por onde passa e parece ter sido enterrado vivo! Quando lhe perguntam quem é, ele responde que se chama Vincent. Eles repetem a pergunta um pouco displicentes... qual é mesmo o seu nome senhor? - Vincent! Vincent van Gogh, vocês poderiam me dizer onde estou senhora. - Você está em Auvers-sur-Oise senhor "van Gogh" hahahaha - Como posso encontrar meu irmão? Ele se chama Theodore... vocês o conhecem? - O senhor pode visitá-lo no cemitério municipal. A essa altura, van Gogh faz uma cara de desentendido e segue o caminho da praça central para sentar e se orientar um pouco. - Acho que estou tendo outra crise... como pode ter sido tão forte, a ponto de eu me sujar tanto e perder a noção da realidade! Meu Deus! Theo vai me matar quando descobrir. Van Gogh caminha um pouco aturdido pelas ruas de Auvers-sur-Oise sem se importar muito com as

Ao voyeur de todos nós

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Quando aquela garota está diante de você e o momento chegou, você ligeiramente passa o dedo pela escarpada região da faixa da cintura e puxa a abinha do botão da calça jeans, coisa tentada várias vezes, mas, até então, nunca permitida. Desabotoa como se estivesse abrindo um sonho de valsa, ou melhor, o santo dos santos. Aparece, de relance, aquela calcinha rosa desbotada com bolinhas brancas e a garota desperta de seu lapso, tirando sua mão. Você insiste, ela rechaça suas investidas como que do alto de uma muralha inexpugnável. Ela ri e estampa nos olhos: você nunca adentrará a cidade proibida.  Acontece que sempre existirão cavalos de Troia, traidores, deuses traídos, e tudo isso foi providencialmente colocado lá desde a invenção do mundo. Neste momento, você finge desistir, retira suas tropas e desaparece. Diz: tudo bem, quem sabe outro dia. Vendo a amada quedar aliviada sobre a cama, nosso herói simula o mesmo movimento de desistência, agachando-se para sentar ao chão. É entã