Postagens

Mostrando postagens de julho, 2017

Um filósofo dos contos de fadas

Imagem
G. K. Chesterton / (Domínio Público) Difícil encontrar um religioso que não se exaspera diante da possibilidade da discussão. Entrincheirando-se em uma pseudo superioridade mística, acaba por desperdiçar a oportunidade de descer à arena dos argumentos. A percepção do sagrado encontra inimigos de todos os lados da batalha, tanto dos religiosos quanto dos céticos, ambos tem colaborado para que a espiritualidade permaneça nas sombras. A questão toda se coloca quando levantamos nossas bandeiras. Você é um believer, eu sou uma pessoa razoável... às armas!  Qual é o problema deste início de conversa? Existe uma escolha de terreno estratégica que me lança no pântano da crença, sendo que o resto da discussão se passará na redução da fé como uma fuga covarde diante da perspectiva de viver uma única vez, como se a fé fosse apenas uma questão de ter um barco salva vidas no curso de uma vida fadada a acabar. O tema da fé como miragem, ou ópio, para desesperados viventes de um planet

Aos mendigos de Deus

Imagem
Rabbi Lau-Lavie oficializando o casamento. Cortesia de Bonnie Burke Ouvindo o On being essa semana conheci a história de um rabino chamado Amichai Lau-Lavie. Em seu web site podemos ver a descrição de um de seus projetos, o Lab/Shul - "Lab/Shul é um espaço aberto para todos os públicos, direcionado para arte, Deus é opcional, uma comunidade experimental para encontros sagrados judaicos localizado em Nova York, alcançando o mundo." Essa descrição expõe algo que o rabino acredita ser o mais importante do sagrado - a experiência humana do encontro e da troca de histórias. O rabino optou por valorizar o sagrado pela ressureição de uma tradição oral e não por um ritual vazio. Quando descreveu um encontro para lembrar o falecido pai, o rabino Amichai disse que seus irmãos passaram todo tempo tocando músicas, mas não conseguiram conversar. Por isso decidiu elaborar um culto mais flexível, onde as pessoas pudessem trocar experiências. Deus, segundo ele, é uma palavra

O que é a vida?

Imagem
Antônio Abujamra em seu programa Provocações A maioria das religiões dizem que a vida é uma escola, sendo que cada experiência encerra uma pergunta oculta. A pergunta que fica é se estamos respondendo corretamente, senão, teremos que repetir de ano, ou reencarnar e tentar novamente. Para os cristão, nossas ações serão anotadas e usadas em nosso juízo final, depois do qual seremos elevados à vida com Deus, ou ao fogo que não se apaga.  Tendo poucas mitologias em meu horizonte, acredito que as alternativas do pós morte não são muito otimistas, muito menos criativas. Contudo algo me inquieta mais do que a perspectiva de encontrar Deus em um juízo do qual não poderei apelar... Imaginar o diabo se aproximar lentamente e sentar-se à minha frente, corcunda e com um sorriso sarcástico, perguntando-me: O que é a vida? Seria a vida... Uma criança deixou a bola cair entre os arbustos. Indo buscá-la, foi picada por uma serpente.  Continuou jogando sua bola, sentindo um incômo