Não precisa dar certo
Quem nunca seu pão em lágrimas comeu, Quem nunca noites aflitas passou Sentado, aos prantos, em seu leito, Este não vos conhece, ó poderes celestes. Vós nos conduzis em plena vida, Vós deixais pecar o pobre, Para então o abandonar à dor; Pois toda culpa se expia neste mundo. Quem à solidão se entrega, Logo sozinho estará; Todos vivem, todos amam, E o abandonam à sua dor. Sim, deixem-me com meus tormentos! E se posso, por uma vez, Sozinho, de fato estar, Sozinho não estarei Um amante rasteja, furtivo, A ver se sua amada sozinha está. Assim também, noite e dia, rasteja Em mim, solitária, a dor, Em mim, solitário, o tormento. Ah, há de chegar um dia em que Solitário em meu túmulo estarei, E a dor enfim sozinho me deixará! Goethe - Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister Os poderes celestes não são tão generosos aos olhos de Goethe, se comparados ao nosso querido Deus cristão. Temos uma tendência de pensar os poderes celestes como se eles estivessem tor...