Sobre a imprevisibilidade
Do Desejo (Hilda Hilst) Que és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada. III Colada à tua boca a minha desordem. O meu vasto querer. O incompossível se fazendo ordem. Colada à tua boca, mas descomedida Árdua Construtor de ilusões examino-te sôfrega Como se fosses morrer colado à minha boca. Como se fosse nascer E tu fosse o dia magnânimo Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. *** Porque... o amor é momento de conversão. É chamado inegociável para uma caminhada à beira do abismo. No escuro repentino: galáxias. O horror de uma primavera brotada na carne. O universo absolutamente transformado, o sublime implacável arrombando a razão, rumo inquestionável se impondo, amoral, para não sei onde. O mistério desvirginando o mundo e a tragédia do irrealizável. *** No dia 17 de setembro, fui à palestra do psicanalista Plínio W. Prado Jr. sobre A Condição Amorosa Hoje. Com base, principalmente, em Freud e em Barthes (deste último, Fragmentos de um Discurso Amoroso ), Plíni...