Recordações da minha casa dos mortos
Ilustração de Goeldi para a obra Recordações da Casa dos Mortos Vou lhes contar histórias que encontrei em letras miúdas da minha memória. Pensei nisso enquanto lia o Recordações da Casa dos Mortos ontem a noite, achei muito legal aquela ideia de se interessar por um estranho e tentar conhecê-lo, sendo que, mesmo depois de sua morte algo pode permanecer... o narrador encontra trezentas páginas com experiências do cárcere siberiano. Ali estava seu autor vivo novamente em sua história. Lendo a obra percebo as peculiaridades do dia a dia dos presos e de como eles se organizam para sobreviver. A cada detalhe percebo uma experiência que reverbera por minhas próprias experiências de cárcere e de quantas vezes estive ali contando paliçadas para organizar o tempo, totalmente alheio ao que deveria fazer de minha vida. Nunca fui preso, oficialmente, mas quando olho paredes geralmente as esmurro de leve e ouço os ecos do impacto. Estar preso é vivenciar a ausência de uma ilusão - ...