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Mostrando postagens de setembro, 2016

Recordações da minha casa dos mortos

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Ilustração de Goeldi para a obra Recordações da Casa dos Mortos Vou lhes contar histórias que encontrei em letras miúdas da minha memória. Pensei nisso enquanto lia o Recordações da Casa dos Mortos ontem a noite, achei muito legal aquela ideia de se interessar por um estranho e tentar conhecê-lo, sendo que, mesmo depois de sua morte algo pode permanecer... o narrador encontra trezentas páginas com experiências do cárcere siberiano. Ali estava seu autor vivo novamente em sua história.  Lendo a obra percebo as peculiaridades do dia a dia dos presos e de como eles se organizam para sobreviver. A cada detalhe percebo uma experiência que reverbera por minhas próprias experiências de cárcere e de quantas vezes estive ali contando paliçadas para organizar o tempo, totalmente alheio ao que deveria fazer de minha vida. Nunca fui preso, oficialmente, mas quando olho paredes geralmente as esmurro de leve e ouço os ecos do impacto. Estar preso é vivenciar a ausência de uma ilusão - ...

Um Tango Entre a Vida e a Morte

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  “Normalmente a solidão vem de uma desconexão com partes de nós mesmos. Nós tentamos procurar essas partes em outras pessoas, mas existe uma diferença entre se sentir separado das outras pessoas e sentir-se separado de si mesmo.”   A escritora Diane Ackerman trabalhou em uma rede de atendimento para pessoas que estão passando por um desespero muito agudo, uma espécie de “call center para suicidas” e dessa experiência ela escreveu este livro do qual eu apenas acessei algumas citações no site Brain Pickings, gostei e decidi compartilhar. Alguns amigos de curso queriam debater o suicídio, já que este assunto é um pouco inevitável quando se trabalha com a psique humana. Por isso coloco este post para vocês meus queridos, vamos falar sobre o suicídio. “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio” Camus Entendo que Camus colocou o suicídio como problema dos problemas considerando um momento histórico que tenta se pautar por uma legitimida...

Sai pra lá, eu não sou um indivíduo

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Monty Python's Life of Brian " Espera-se que encontremos uma forma de escapar aos embaraços dolorosos da modernidade - como indivíduos corajosos, audazes, autossuficientes, conscientes e capazes de correr todo tipo de risco. Quem se importa com o fato de você ter nos advertido tantas vezes de que não há soluções locais para problemas produzidos globalmente, e que os indivíduos não podem agir como uma resposta viável e suficiente a desafios sociais e políticos que se tornaram parte de nossas vidas por acidente e capricho da história, e não por escolha consciente?" Leonidas Donskis - Cegueira Moral Esse desabafo acima citado reverberou fundo pelos cantos de minha alma, justamente porque coloca uma questão que até agora não tinha ficado claro o suficiente para mim: como dar conta sozinho de uma questão coletiva - social - histórica? Isso tem me incomodado enormemente pois percebo uma certa cultura de aprimoramento individual, uma visão de que o sucesso é uma quest...