34 anos em trânsito

Só faltou a garrafa de 1 litro de guaraná antártica e um bolão com glacê 

Essa semana eu comemorei 34 anos, sendo assim me dispus a escrever e deixar-lhes um post como presente! Aos meus amigos-parceiros-de-existência que fui angariando ao longo da vida... aqui vai.

Como ritual de aniversário eu costumo convidar pessoas que estão perto, seja convivendo no trabalho ou em outras atividades, convido quem está passando por mim no Whats, na rua e na vida. Pessoas queridas. Quando era mais criança, saía de bicicleta chamando meus amigos para ir em casa comer uns salgados. Comprava uns centos de uma vizinha, pedia a minha torta de morango pra dona Beth e era isso. Amigos sempre vieram e era muito bate papo, algumas fotos e boas risadas.

Poucas pessoas não puderam ir, outras não foram convidadas, nenhum ressentimento. Amo todos vocês. Já está na hora de entendermos que não aceitar convites ou não ser convidado não quer dizer nada, não quer dizer que a pessoa não gosta de você, ou goste menos. Vivemos o que podemos, nem sempre podemos encontrar os amigos e bater um papo gostoso. Espero que um dia aprendamos a lamentar a ausência, assim podemos aprender a aproveitar mais aqueles preciosos minutos compartilhando a mesma mesa.

Os bons momentos nos marcam tanto como os maus, apenas precisamos lhes dar uma chance.

Quando cheguei no restaurante o recepcionista perguntou se eu tinha reserva, eu disse que não. Ele torceu o nariz e disse que todos faziam reserva quando precisavam de mesa para várias pessoas, eu respondi: cara, espero que você não esteja me apavorando à toa. Ok, sentamos numa mesinha na entrada e aguardamos os outros convidados.

O Caio chegou e começamos os trabalhos conversando sobre pornografia, politica e relacionamentos(nessa ordem), assuntos cujo empuxo permite erguer a pipa daqueles afetos periféricos, normalmente emudecidos pela compostura profissional. Ali, discorremos sobre como nossos preconceitos dificultam os relacionamentos criando infinitos desencontros, favorecendo uma atmosfera onde a transparência e espontaneidade são vistos como defeitos. Cada naco de verdade que nos sai da boca é, quase sempre, jogado em nossa cara e assim vamos perdendo boas oportunidades de empinar uma boa conversa.

Conversar sem verdade é como empinar pipa sem rabiola. A conversa fica girando, girando, girando e não vai a lugar algum.

Lá pelas tantas, o Caio pergunta: cadê o pessoal que você convidou? Eu disse que ali era a mesa de provas, onde os garçons avaliam se a pessoa é capaz de reunir pessoas em um dia de semana em São Paulo.

Os amigos foram chegando e fomos promovidos de mesa! Um garçom sisudo nos atendia e dava pitacos... "agora eu estou ocupado". O musico tocando no mezanino acenava, cantava stand by me, parabéns pro Rodolfo...oi!? como? Paulo? Parabéns para o Paulo! E eu lá andando pelo rodízio já meio alto. Estava planando, feliz.

Várias vezes tentaram me convencer a planejar meu aniversário e sempre recusei porque tenho a impressão de que bons encontros não se reproduzem em cativeiro. Isso reflete nas pessoas que dividem a mesa comigo, pessoas muito diferentes umas das outras e que tem nesse happy hour uma oportunidade para compartilhar experiencias e histórias.

Quando observo meus amigos, vejo que a vida me levou por lugares muito diferentes e que ela não me permitiu um repouso. Mais de quatro anos "sem tampa", é assim que eu defino o trânsito de Netuno em minha lua. Costumo me sentir como Ulisses boiando no mar Egeu, passando por praias e paragens enquanto tento achar o caminho de volta.

Hoje tive um sonho em que estava numa praça em frente ao orfanato em Guaratinguetá, observando o rio Paraíba furioso arrastando tudo em seu caminho. Quando eu olhava para trás em busca de uma saída, via um outro rio maior ainda e eu estava ilhado entre os dois turbilhões. Talvez essa seja a melhor imagem para descrever este momento em que celebro 34 anos de trânsito pela Terra.

Obs: O Heitor aprendeu a comer com pauzinhos e ele só tem 8 anos! Que inveja! Inclusive ficou provado que o Heitor é um ETzinho, pois ele não gosta de pizza.. essas crianças índigo são muito evoluídas!

Muitos leoninos na área, está ficando difícil ser especial em meio a tantos aniversários. Já passou da hora de proibir o sexo no mês de Novembro. #muitoleoninonaarea..rs

Obrigado por vocês existirem e compartilharem essa existência comigo, por enviar msgs na time line do face, no Whats e pelo apoio visível ou invisível de todos.

Desculpas ao Vitor, Thyene e Fernanda por não ter uma foto com vocês! :(

Ao meu amore que deu a ideia do lugar e ajudou a organizar o caos.

Bjão e abraços a todos!!!






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