Vamos curtir o sábado
Foto de Lúcia Simões - "Zeca bocejando" |
Após algum tempo, precisamente um ano, nos permitimos um descanso. Fechamos um ciclo e, ao final, acho que o balanço é positivo.
Começamos discutindo algumas concepções filosóficas a respeito do amor, como a platônica, caminho
que aos poucos foi cedendo lugar a uma escrita mais solta, menos formal, procuramos
colocar menos citações e mais amor em nosso Blog.
Aí acrescentamos poesias, filmes, histórias pessoais, palestras,
desamores, sexo, algumas fotos ilustrativas, comecei a separar os parágrafos
por um espaço para deixar a leitura menos tediosa. Nunca desistimos de trazer a
você, querido leitor (a), a impressão e os desejos que carregamos em nosso
peito atordoado pelas inúmeras inquietações amorosas que nos cercam quais
passarinhos em uma revoada crepuscular. Queremos compartilhar nossas
inquietações! Vocês infelizmente apareceram no lugar errado na hora errada..rs
Será que aprendemos algo a respeito do amor? Conseguimos esclarecer
um pouco como amamos agora, nesta contemporaneidade apressada? Ou será que
estamos fazendo água nessa canoa chamada Amor Wabi Sabi? Eu acho que estamos em
um bom caminho, aquele que seguimos sendo ao mesmo tempo “levados”, afinal,
andar é uma atividade ambígua pois nunca sabemos o motivo pelo qual damos o
primeiro passo – Eu ou Você?
Deus descansou no sétimo dia. Isso mostra que o descanso é
sagrado também, não uma mera vagabundagem. Portanto, convido vocês a darem uma breve pausa em suas reflexões,
reclamações, insatisfações, frustrações, etc... para amar por um segundo, amar... simplesmente como uma árvore que oferece seus frutos tanto ao pássaro
quanto à pequena formiga, ou simplesmente para apodrecer no chão, pois é esta
silenciosa exuberância que perpetua a vida.
Amar é descansar! Assim como li uma vez numa tirinha de
jornal...”pausa também é música”. Enquanto estamos ocupados nos tornamos rígidos, impermeáveis àqueles sentimentos molhados, doces, que só as almas preguiçosas conseguem produzir.
As flores balançam ao sabor do vento, nem percebem as fatigadas abelhas se esbaldando em seus perfumes, realizando um ritual de amor que lhes escraviza, suavemente.
As flores balançam ao sabor do vento, nem percebem as fatigadas abelhas se esbaldando em seus perfumes, realizando um ritual de amor que lhes escraviza, suavemente.
Deixo-lhes este "poema sabático" de Adélia Prado
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram
ele fala coisas como 'este foi difícil',
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram
ele fala coisas como 'este foi difícil',
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Um abraço e meus agradecimentos a vocês que nos acompanham nesse Blog!!!!!
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ResponderExcluirtah com preguiça de comentar neh? haiuhaiuhai
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